Segue algumas informações que julgo importantes para cuidadores de pacientes no estágio leve da doença.
* É demência ou é Alzheimer?
Demência é um termo utilizado para descrever pessoas com progressiva alteração de memória, geralmente memória para fatos recentes. E, além da perda de memória, está associado também ao quadro, dificuldade em outras áreas como linguagem, planejamento e execução de ações.
A demência é uma síndrome, ou seja, um conjunto de sinais e sintomas que pode ter diferentes causas.
A causa mais comum de demência é a Doença de Alzheimer, porém existem outras causas, como, por ex., repetidas isquemias cerebrais (redução localizada do fluxo sanguíneo no cérebro) que causam pequenas lesões que vão se somando e levam ao quadro de demência vascular.
Ou seja, todas as pessoas com Alzheimer têm demência, mas nem toda demência é Alzheimer.
* Falar ou não sobre o diagnóstico ao paciente?
Revelar o diagnóstico ao paciente faz mais sentido na fase inicial da doença. Já na fase avançada, a pessoa dificilmente conseguirá apreender o significado de ter a doença. De qualquer forma, a decisão sobre contar ou não ao paciente, deve ser uma decisão pensada pela família e considerada caso-a-caso. Às vezes, pouco ajuda ao paciente dizer-lhe: "Você tem Alzheimer!"; essa informação pode não contribuir para seu bem-estar. Por outro lado, não podemos desconsiderar que o "não saber" também pode ser fonte de angústia. Não é possível negar que algo está se passando. E existem maneiras de se contar.
* Como funciona o tratamento farmacológico?
Na doença de Alzheimer ocorre numa perda de neurônios. No início da doença são perdidos principalmente neurônios que usam como mensageiro químico um neurotransmissor chamado acetil-colina e essa perda se dá principalmente nas áreas relacionadas responsáveis pela memória e pelo comportamento.
A perda de neurônios que produzem a acetil-colina faz com que menor quantidade desse neurotransmissor esteja disponível.
A medicação utilizada no tratamento de Alzheimer inibe a degradação da acetil-colina por atuar inibindo a ação da acetil-colinesteras (enzima que degrada a acetil-colina). Por isso, os medicamentos utilizados para este tratamento são chamado anticolinesterásicos (anti a ação da enzima acetilcolinesterase). São estes: DONEPEZIL, GALANTAMINA, RIVASTIGMINA.
Faz sentido mudar a medicação quando esta não funciona ou perde seu efeito.
* "A paciente está fazendo o tratamento há 1 ano e continua do mesmo jeito! Será que o remédio está funcionando?"
Sim, provavelmente o remédio está funcionando! O uso da medicação no Alzheimer (e nas demências em geral) não tem o objetivo de "melhorar" o estado do paciente, ainda que melhoras possam ser percebidas. A medicação nestes casos tem a função de estabilizar e lentificar o progresso da doença.
* Como posso avaliar o progresso da doença?
Observe o paciente no dia-a-dia. Escolha alguns aspectos mais significativos no comportamento do paciente, por exemplo, os mais incômodos ou chamativos, como querer comer a todo hora, e tente verificar se está havendo uma mudança na intensidade e frequência com que o sintoma aparece.
* Como ajudar no tratamento?
O paciente em fase inicial não deve ser tratado como um incapaz. Incentive que ele continue sendo o mais independente quanto for possível. Não faça pelo paciente aquilo que este ainda pode fazer.
Quando as dificuldades já começam a aparecer, é preciso estimulá-lo a fazer atividades que envolvem as capacidades que ele ainda tem preservadas. As capacidades preservadas suprimem, em parte, as já prejudicadas. Insistir para que o paciente faça aquilo que ele não tem mais habilidade é uma pressão desnecessária que pode gerar frustração e irritação.
Por fim, incentive atividades que tenham a ver com os interesses prévios do paciente.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:
"Manual do cuidador Doença de Alzheimer na fase leve", Dr. Paulo H. F. Bertulucci, 2006.
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A gente cresce na relação com o outro.
terça-feira, maio 10, 2011
Principais dúvidas sobre Alzheimer:
- O que é o Alzheimer?
É um tipo de demência que apresenta como principal sintoma a perda de memória. Esta doença foi descrita pela primeira vez pelo médico Alois Alzheimer (daí este nome), em 1907. É erroneamente tratada pela população como "esclerose" ou "caduquice".
Alzheimer não é esclerose! A esclerose múltipla é outra doença que também afeta o cérebro, além do cordão espinhal. Esta pode causar sintomas como: alteração nas sensações, problemas visuais, franqueza muscular, depressão e dificuldades de fala e coordenação.
Alzheimer não é caduquise! Caduquise é um termo popular e pejorativo utilizado para dizer que alguém perdeu parcialmente o juízo em decorrência da idade. "Fulano está caducando!"
- Quais são as fases da doença?
São 3 os estágios ou fases da doença: "inicial, intermediário e final" ou "leve, moderado e grave". Os sintomas que caracterizam cada fase, em geral, são:
FASE LEVE:
- Falta de memória recente (ex: o que almoçou no dia anterior)
- Dificuldades com atividades diárias habituais
- Dificuldades de expressar pensamentos
- Alterações imprevisíveis de humor e personalidade
- Menos desejo de fazer e conhecer coisas e pessoas
- Esquecimento de palavras comuns ou utilização de palavras incorretas
- Confusão em relação ao local, dia e horário
FASE MODERADA:
- Perda das memórias mais antigas
- Dificuldade para comer, controlar as funções excretórias de urinar e defecar
- Perda total de julgamento e concentração
- Incapacidade de ocupar-se com a higiene pessoal
- Depressão
FASE GRAVE:
- Infecções constantes
- Agravamento de doenças "comuns"
- Incapacidade total de se alimentar e beber água
- Incapacidade de controle dos movimentos, inclusive a total perda de locomoção (apraxia)
- Perda da capacidade da fala (afasia)
Tenho um parente próximo com Alzheimer, posso também desenvolver a doença?
Não se deve viver atemorizado com a possibilidade de desenvolver a doença. Como a causa desta ainda não foi descoberto, não há como separar a base genética dos fatores ambientais que propiariam este quadro.
É possível prevenir?
Acredita-se que o Alzheimer pode ser prevenido, pode-se adiar seu surgimento, através da realização de atividades intelectuais, que manteriam o cérebro ativo. O Alzheimer ataca inicialmente as sinapses (conexão entre os neurônios). Pessoas mais intelectualizadas formam mais sinapses, por isso, para que os sintomas da doença apareçam é preciso que uma maior área cerebral seja atingida. Isto não significa que os intelectuais não possam vir a sofrer de Alzheimer, porém o início tende a ser bem mais tardio e a maneira como a doença se apresenta é menos danosa.
Poupar o cérebro de danos também diminui as chances de desenvolver a doença, isso pode ser feito mantendo a circulação cerebral na melhor condição possível. Por isso, a importância de controlar a hipertensão arterial, a diabetes e o colesterol através de uma alimentação saudável, não abusar de bebidas e cigarro e fazer atividades físicas. "Atividades físicas, dieta saudável e controle de doenças como diabetes reduzem os riscos. Já quem fuma e bebe álcool tem mais chances de desenvolver a doença." diz Rita Ferreira, psiquiatra do Hospital das Clínicas, USP.
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Doença de Alzheimer: principais causas e cuidados
A doença de Alzheimer causa perda de memória e atinge 5 em cada 100 brasileiros com mais de 70 anos; e essa porcentagem cresce com o avançar da idade, estima-se que 40% da população acima dos 90 anos sofra da doença.
Perda de memória, dificuldade para realizar atividades simples, mudanças de humor e comportamento agressivo. Muitos acham que esses sintomas são "coisas de velho", mas eles podem ser sinais do mal de Alzheimer, doença que ataca o cérebro e não tem cura.
Segundo a psiquiatra Rita Ferreira, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, é possível prevenir o surgimento desse mal. "Atividades físicas, dieta saudável e controle de doenças como diabetes reduzem os riscos", explica. Já quem fuma e bebe álcool tem mais chances de desenvolver a doença.
7 dúvidas sobre o Alzheimer...
1. O que causa a doença? A causa é ainda desconhecida. Os médicos e pesquisadores defendem que a base genética aliado o meio ambiente desempenham um papel importante neste processo. Em alguns casos, observa-se que a doença se apresenta após um distúrbio emocional, apontando para a existência de um gatilho externo que inicia o curso da doença.
2. Como é descoberta? Por meio de testes que avaliam juízo, atenção, percepção, memória, raciocínio, imaginação, pensamento e linguagem. Outros exames, como tomografia cerebral e ressonância magnética, também ajudam a confirmar a doença.
3. Há algum tratamento? Sim, feito com remédios e terapias específicas para reabilitar as funções neuropsicológicas. O tratamento é fundamental e deve ser iniciado o mais rápido possível, para deter o avanço da doença.
4. Tenho um parente com Alzheimer, devo me prevenir? Sim. Fique atenta aos sintomas e procure um médico caso perceba algum sinal da doença.
5. E se ele não me reconhecer nunca mais? Há quem viva uma perda semelhante ao luto, que tende a piorar com a evolução da doença. Procure um psicólogo ou converse com o médico do paciente para enfrentar essa situação dolorosa.
6. O que digo às crianças quando o avô delas não as reconhecer? Fale a verdade. Conte a elas que o vovô tem uma doença que o faz perder a memória. Mesmo assim, estimule seu filho a participar de atividades junto ao avô.
7. Como deixar o paciente mais confortável? Ao perder a memória, o doente pode se sentir muito confuso. Por isso, não insista nem pressione para que ele se lembre de alguma coisa, só ajude-o a se situar no momento presente. Se nada adiantar, convide-o para dar um passeio e mude de ambiente. Sua postura é o que fará a diferença.
Aprendendo a cuidar de um paciente...
- Estabeleça rotinas
Elas representam uma segurança para o paciente.
- Incentive a independência
Faça as coisas com o idoso e não por ele. Respeite-o e preserve sua capacidade atual de realizar atividades cotidianas, como lavar louça ou fazer compras.
- Evite confrontos
Por mais que algumas atitudes pareçam de propósito, lembre-se de que a doença causa agitação e agressividade no paciente.
- Perguntas simples
Evite dar várias opções de escolha. Diga "Você quer uma laranja?" em vez de "Que fruta você quer?".
- Procure manter o bom humor
A gente sabe que não é fácil lidar com essa situação de forma leve e descontraída, mas o esforço é fundamental. Tente rir junto com o doente ou com as pessoas que estão ao redor, para aliviar o clima. Tente ser uma companheira compreensiva e amorosa.
- Previna acidentes
É preciso adaptar o ambiente para evitar acidentes. Na fase inicial da doença o monitoramento é o mesmo para qualquer pessoa idosa, como a prevenção de quedas. Além disso, é preciso estar atento ao passo-a-passo do paciente, quando este manipula objetos cortantes, cozinha, utiliza o gás, faz uso de medicação, etc.
- Cuidados com a limpeza e higiene
Conforme a doença progride o idoso começa, por exemplo, a esquecer do banho ou mesmo se recusa a fazê-lo. Por isso, é importante estar atento a hábitos de higiene, em geral, como trocar de roupa, trocar a roupa de cama, escovar os dentes, lavar a louça, etc.
- Torne o ambiente familiar
Em determinado estágio da doença, muitos idosos não reconhecem mais as pessoas, nem o ambiente onde vivem. Para tentar minimizar esses sintomas aconselha-se colocar porta-retratos com fotos da casa e da família para ajudar o paciente a se situar.
Texto publicado na revista Ana Maria. (essa versão está editada!)
Publicado em 11/01/2011 Escrita por Lorena Verli e Roberta Cerasoli.
Link: http://mdemulher.abril.com.br/saude/reportagem/prevencao-trata/mal-alzheimer-principais-causas-cuidados-615088.shtml
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Perda de memória, dificuldade para realizar atividades simples, mudanças de humor e comportamento agressivo. Muitos acham que esses sintomas são "coisas de velho", mas eles podem ser sinais do mal de Alzheimer, doença que ataca o cérebro e não tem cura.
Segundo a psiquiatra Rita Ferreira, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, é possível prevenir o surgimento desse mal. "Atividades físicas, dieta saudável e controle de doenças como diabetes reduzem os riscos", explica. Já quem fuma e bebe álcool tem mais chances de desenvolver a doença.
7 dúvidas sobre o Alzheimer...
1. O que causa a doença? A causa é ainda desconhecida. Os médicos e pesquisadores defendem que a base genética aliado o meio ambiente desempenham um papel importante neste processo. Em alguns casos, observa-se que a doença se apresenta após um distúrbio emocional, apontando para a existência de um gatilho externo que inicia o curso da doença.
2. Como é descoberta? Por meio de testes que avaliam juízo, atenção, percepção, memória, raciocínio, imaginação, pensamento e linguagem. Outros exames, como tomografia cerebral e ressonância magnética, também ajudam a confirmar a doença.
3. Há algum tratamento? Sim, feito com remédios e terapias específicas para reabilitar as funções neuropsicológicas. O tratamento é fundamental e deve ser iniciado o mais rápido possível, para deter o avanço da doença.
4. Tenho um parente com Alzheimer, devo me prevenir? Sim. Fique atenta aos sintomas e procure um médico caso perceba algum sinal da doença.
5. E se ele não me reconhecer nunca mais? Há quem viva uma perda semelhante ao luto, que tende a piorar com a evolução da doença. Procure um psicólogo ou converse com o médico do paciente para enfrentar essa situação dolorosa.
6. O que digo às crianças quando o avô delas não as reconhecer? Fale a verdade. Conte a elas que o vovô tem uma doença que o faz perder a memória. Mesmo assim, estimule seu filho a participar de atividades junto ao avô.
7. Como deixar o paciente mais confortável? Ao perder a memória, o doente pode se sentir muito confuso. Por isso, não insista nem pressione para que ele se lembre de alguma coisa, só ajude-o a se situar no momento presente. Se nada adiantar, convide-o para dar um passeio e mude de ambiente. Sua postura é o que fará a diferença.
Aprendendo a cuidar de um paciente...
- Estabeleça rotinas
Elas representam uma segurança para o paciente.
- Incentive a independência
Faça as coisas com o idoso e não por ele. Respeite-o e preserve sua capacidade atual de realizar atividades cotidianas, como lavar louça ou fazer compras.
- Evite confrontos
Por mais que algumas atitudes pareçam de propósito, lembre-se de que a doença causa agitação e agressividade no paciente.
- Perguntas simples
Evite dar várias opções de escolha. Diga "Você quer uma laranja?" em vez de "Que fruta você quer?".
- Procure manter o bom humor
A gente sabe que não é fácil lidar com essa situação de forma leve e descontraída, mas o esforço é fundamental. Tente rir junto com o doente ou com as pessoas que estão ao redor, para aliviar o clima. Tente ser uma companheira compreensiva e amorosa.
- Previna acidentes
É preciso adaptar o ambiente para evitar acidentes. Na fase inicial da doença o monitoramento é o mesmo para qualquer pessoa idosa, como a prevenção de quedas. Além disso, é preciso estar atento ao passo-a-passo do paciente, quando este manipula objetos cortantes, cozinha, utiliza o gás, faz uso de medicação, etc.
- Cuidados com a limpeza e higiene
Conforme a doença progride o idoso começa, por exemplo, a esquecer do banho ou mesmo se recusa a fazê-lo. Por isso, é importante estar atento a hábitos de higiene, em geral, como trocar de roupa, trocar a roupa de cama, escovar os dentes, lavar a louça, etc.
- Torne o ambiente familiar
Em determinado estágio da doença, muitos idosos não reconhecem mais as pessoas, nem o ambiente onde vivem. Para tentar minimizar esses sintomas aconselha-se colocar porta-retratos com fotos da casa e da família para ajudar o paciente a se situar.
Texto publicado na revista Ana Maria. (essa versão está editada!)
Publicado em 11/01/2011 Escrita por Lorena Verli e Roberta Cerasoli.
Link: http://mdemulher.abril.com.br/saude/reportagem/prevencao-trata/mal-alzheimer-principais-causas-cuidados-615088.shtml
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segunda-feira, maio 09, 2011
Como um portador de Alzheimer se sente?
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